Menor inflação em 5 anos, a Argentina de Milei cresce economicamente

Argentina reduz inflação, combate pobreza e mira protagonismo global com reformas econômicas e abertura comercial

A Argentina tem surpreendido o cenário internacional com os primeiros sinais de recuperação econômica após anos de crise fiscal, inflação descontrolada e instabilidade política. Sob a liderança do presidente Javier Milei, medidas de austeridade fiscal, flexibilização de regras comerciais e controle monetário têm começado a surtir efeito. Em janeiro de 2025, o país registrou uma inflação mensal de apenas 2,2%, o menor índice em cinco anos — um marco significativo para uma economia que chegou a conviver com taxas anuais acima de 200%.

O recuo da inflação foi celebrado pelo governo argentino como prova de que o programa de reformas econômicas e disciplina fiscal está no caminho certo. Para especialistas, embora o resultado ainda reflita ajustes pontuais, como cortes em gastos públicos e reorganização de subsídios, ele demonstra que o controle da base monetária e o compromisso com a responsabilidade fiscal podem estabilizar uma das economias mais voláteis da América Latina.

Pobreza também recua e acende otimismo no país

Outro dado positivo divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) foi a queda na taxa de pobreza, que recuou para 38,5% no segundo semestre de 2024 — o menor índice desde o final de 2022. Embora os números ainda revelem um quadro desafiador, o governo destacou que os programas de transferência de renda reestruturados e o aumento da formalização do trabalho contribuíram para melhorar o poder de compra da população.

O governo Milei, eleito com uma plataforma liberal de choque econômico, aposta em medidas duras no curto prazo para colher frutos sustentáveis no médio e longo prazo. A redução da pobreza e da inflação alimenta o discurso oficial de que a “terapia de choque” está funcionando, mesmo diante de resistências internas e críticas de setores mais vulneráveis.

Novas regras de imigração reacendem debate sobre identidade e mercado de trabalho

Entre as medidas que vêm causando repercussão dentro e fora do país estão as novas regras de imigração na Argentina, implementadas no início de 2025. A nova legislação torna mais rígido o processo de entrada e permanência de imigrantes, exigindo maior comprovação de vínculo trabalhista, antecedentes criminais e capacidade de sustento financeiro.

A justificativa do governo é que o endurecimento das normas visa proteger o mercado interno e reduzir o peso sobre os serviços públicos. No entanto, entidades de direitos humanos e grupos civis argumentam que a política pode gerar xenofobia e exclusão social, especialmente em regiões fronteiriças e entre comunidades de imigrantes latino-americanos.

Economistas alertam ainda que a restrição da imigração pode prejudicar setores que dependem de mão de obra estrangeira, como agricultura, construção civil e serviços domésticos. O tema segue em debate, inclusive na Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Abertura econômica: celulares mais baratos a partir de 2026

Em contrapartida ao endurecimento migratório, o governo Milei aposta na abertura comercial como estratégia de crescimento. Um dos anúncios mais comentados nos últimos meses foi a redução das tarifas de importação de celulares e eletrônicos a partir de 2026.

Com a mudança, os consumidores argentinos poderão acessar produtos tecnológicos com preços mais competitivos, enquanto o setor varejista vislumbra um aumento na demanda e na concorrência. A medida também mira a modernização do parque tecnológico argentino, com impactos indiretos sobre produtividade e conectividade.

A política de liberalização tarifária é parte do plano de integração da Argentina a cadeias globais de suprimento e comércio, aproximando o país de blocos como a União Europeia e a Ásia-Pacífico, além de reforçar sua posição dentro do Mercosul.

Milei, austeridade e o novo papel da Argentina no comércio global

O programa de austeridade de Javier Milei ainda divide opiniões. Cortes em subsídios, privatizações e redução do Estado causaram protestos em diversos setores, mas os indicadores macroeconômicos começam a apontar para um novo patamar de estabilidade e previsibilidade. Para investidores estrangeiros, a combinação de reformas fiscais, controle inflacionário e abertura comercial torna a Argentina um destino mais atraente.

No comércio global, a Argentina retoma gradualmente sua relevância, principalmente como fornecedor de commodities, energia e produtos agroindustriais. Para o Brasil, maior parceiro comercial argentino, essa recuperação econômica é estratégica. O aumento da demanda interna argentina pode estimular exportações brasileiras, especialmente de máquinas, veículos, produtos químicos e alimentos industrializados.

Além disso, o alinhamento político-econômico entre Milei e setores liberais brasileiros pode fortalecer laços dentro do Mercosul e impulsionar acordos bilaterais mais ambiciosos, inclusive com potências como os Estados Unidos e a China.

Conclusão

A Argentina de 2025 apresenta uma nova narrativa: inflação sob controle, queda na pobreza, abertura comercial e reformas estruturais. Ainda há desafios significativos, como a alta desigualdade social e os riscos de polarização política, mas os primeiros resultados econômicos são animadores.

Se mantiver o curso atual, o país poderá não apenas superar sua histórica instabilidade econômica, mas também se consolidar como um ator relevante no cenário global e um aliado estratégico do Brasil na construção de uma América do Sul mais integrada e competitiva.

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